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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Como alcançar 38 anos no mercado de trabalho com cabeça de 30?

Recentemente descobri que estou a 38 anos atuando no mercado, antes que vocês questionem esclareço que não fazia as contas a pelo menos 15 anos. Isso me levou a uma retrospectiva que resolvi compartilhar, para tentar responder a questão:

Como alcançar 38 anos de mercado de trabalho com cabeça de 30?


Não é fácil e não tem mágica, mas é preciso ter ou desenvolver as habilidades de um equilibrista, para saber seguir no mesmo ritmo da corda bamba para se manter em pé até seu destino. 

É preciso também, manter as habilidades de "esponja" e de curiosidade das crianças, para descobrir e absorver tudo que é novo e desconhecido. Que se aprende a andar, caindo. Que sempre procura um "brinquedo" novo e abandona depois que aprende a brincar.

A retrospectiva me fez lembrar, alguns pontos  que fizeram diferença na minha jornada. Acredito que boa parte de vocês que estão lendo este Post, viveram a mesma época e tiveram experiências semelhantes!

No início, lá pelo final da década de 70, estava fechando meu ciclo de vida sem ter que trabalhar. 

No início tudo era novidade, o entusiasmo transbordava. Naquela época, em relação ao dias de hoje, queimei a etapa de aprendizado de estagiário e fui direto para a linha de frente, era como ser um recruta na linha de batalha sem ter aprendido a atirar. Estava empregado!

Desde aquela época me incomodava a rotina do dia a dia. Sempre buscava alguma forma de me livrar da rotina ou uma forma que ela passasse rapidamente,  me deixando tempo livre para desenvolver outras habilidades que permitissem mudar o meu dia a dia. Este comportamento hoje  é considerado normal para a geração digital, mas não era bem vista antigamente.

Naquela época eram fortes os paradigmas:  "manda quem pode e obedece que tem juízo"; e "tudo  devia ser feito como era feito, afinal  sempre foi assim".

Mesmo assim, não me contentava e ficava indignado com a situação e queria realizar as mudanças que fossem necessárias. 

Isso era visto como rebeldia! Este "carimbo"  iria me seguir ao longo do tempo! Mas, alheio aos paradigmas da época, com "patrocínio e cumplicidade" de pessoas chaves, conseguia realizar mudanças.

Os meus tempos livres eram ocupados fazendo pesquisas, aprendendo coisas novas,  de outras áreas,  que trouxesse  melhorias para as rotinas de trabalho do dia a dia, para alterar,  automatizar é eliminar coisas inúteis que não faziam sentido de serem feitas.

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Naquela época não tinha internet, era muito difícil o acesso ao conhecimento. O conhecimento estava disponível  só por meio de livros, manuais técnicos e com poucas pessoas que não eram egoístas e compartilhavam conhecimentos. Era a época de "Quem tinha a informação, tinha o poder" e quem tinha, "escondia" para benefício próprio. Quem passou por esta época vai entender do que se trata.

Era como um "sonho", conseguia obter mais resultados, reduzia a carga de trabalho e disponibilizava mais tempo livre para buscar novos conhecimentos. Isso me fascinava, me dava força. 

Sempre que acontecia de ficar "com tempo livre" surgia um fato novo para me tirar da zona de conforto, me levando a uma "evolução" seja por novos desafios, por oportunidades ou  simplesmente por está "livre",  "pronto", disponível para começar! 

Mas os novos desafios sempre vinham com processos. E  lá estava eu novamente buscando uma forma de se livrar das coisas inúteis e encontrar soluções mais produtivas para o dia a dia.

Isso me deixava intrigado, não fazia sentido! Quando chegava o momento de tirar proveito do tempo livre, me descobriam para uma nova demanda e estava eu lá num loop eterno. 

Ainda na década de 90, por forças das condições do mercado, principalmente brasileiro, tive diversas experiências de outsourcing, downsizing e rightsizing, conceitos que faziam parte do buzzword da época. Lá estava eu, seja reorganizando, reestruturando, eliminando processos, fazendo o certo com quem faz certo e principalmente reduzindo custos.

Logo logo,  sem perceber, fui me tornando um especialista em identificar oportunidades, em realizar melhorias e em "se livrar" de coisas inúteis. Comecei a entender que o que sabia fazer bem era "Fazer com que outros fizessem o que deveria ser feito de forma que fosse a melhor forma de ser feito".😀

Este despertar só foi possível por ter "apanhado" muito, passado por diversas áreas de TIC, sendo aquele que "fazia acontecer", com "alta capacidade de entrega" e  por ter experimentado do topo ao fundo do poço.

Resultado, todo o tempo livre que surgiam, passavam a ser ocupados por novas demandas. Passei a ser mais e muito mais demandado. Resultado, nunca mais tive tempo livre, sempre tem algo para melhorar, para "se livrar", algo para ser feito!  

Em consequência, nos dias atuais, nos momentos de tempo livre, sempre estou "ligado", pesquisando, buscando novos conhecimentos, conectando ideias, fatos, coisas e pessoas. É como um vício!

Também não foi o acaso que me trouxe até aqui, 38 anos depois, foram as  oportunidades aproveitadas e ter atuado nas maiores instituições financeiras desde o início da corrida tecnológica (anos 80) com as dificuldades econômicas do país, todos os planos eu estava lá. Depois da economia equilibrada, num cenário com  restrições e baixa inflação que o desafio passa a ser a sobrevivência das instituições financeiras.

Não foi à toa. Quem encara com seriedade estes cenários de turbulências, riscos e mudanças tecnológicas no mundo, torna-se um profissional completo, com formação e experiência que nenhum MBA agrega. 

Neste mercado super competitivo, somos obrigados a nos superar e reinventar dia a dia para não nos tornarmos obsoletos! É preciso acertar a flecha no alvo, antes dele ser pintado! 

Na construção de sua estrada, você é rolo compressor ou é asfalto, fiz opção para ser o rolo compressor!

Ao longo dessa caminhada, muitas descobertas me fizeram chegar até aqui.

  • Descobri que quem faz as coisas acontecerem são as pessoas, o time. Existe uma pessoa certa para a coisa certa, sozinho não se ganha jogo, não se chega longe;
  • Descobri que sem empatia, afastamos as pessoas, as soluções;
  • Descobri a importância do networking. A vida acontece como uma rede;
  • Descobri que no ambiente onde  "manda quem pode e obedece que tem juízo", é mais fácil realizar e conseguir resultado abrindo mão da autoria;
  • Descobri que as vezes  é necessário usar o rolo compressor para derrubar as paredes e fazer aterros no lugar de pontes !
  • Descobri que qualquer ideia, depois de tornada pública, deixa de ter dono. Qualquer ideia pode ser conectada, ajustada e produzir mais resultado com outras ideias;
  • Descobri que se manter na "zona de conforto" é se manter na "zona de estagnação", é a forma mais rápida para se tornar obsoleto ou um zumbi.
  • Descobri que contribuímos com a evolução do ser humano, conectando quem tem conhecimento com quem necessita ter e  transformar esta conexão em inovação e diferencial de vida;
  • Descobri que podemos ser agente de transformação, motivação e realização que ajuda o mundo a ser diferente;
  • Descobri que não existe lugar certo na hora errada. O lugar só será certo se a hora for certa;
  • Descobri que a vida dos Jetsons é uma realidade atual (porque não descobri isso antes🤔 dos outros que estão tirando proveito?)
  • Descobri que ter sócio é mais difícil que ter uma esposa! Mas sem sócio não se constrói uma empresa!
  • Descobri que tudo que aprendemos, experimentamos e vivemos são nosso repertório de conhecimento que nos fazem diferentes e criativos;
  • Descobri que quem compartilha conhecimento, informação ou recursos, tem muito mais poder  do que quem esconde ou restringe;
  • Descobri que é melhor "usar" que "ter", "ter" pode levar muito tempo, pode não dá tempo!
  • Descobri que minha "mania" de se livrar de coisas inúteis, que dão apenas trabalho, é um diferencial competitivo dos profissionais de alto rendimento, de alto nível de entregas, de pessoas criativas; 
  • Descobri que o aprendizado do fracasso não se ensina, apenas se aprende. Este é um diferencial exclusivo!
  • Descobri que precisamos aprender todos os dias algo novo;
  • Descobri que os melhores exemplos de como fazer ou ser, são originados de péssimos exemplos! O contra-exemplo é o melhor exemplo de como não fazer ou ser;
  • Descobri que líderes não criam seguidores. Eles criam mais líderes, mais sucessores!
  • Descobri que formar sucessores prontos para assumir é a maneira de se ter mais tempo livre e está disponível para novas oportunidades;
  • Descobri que sigo um modelo mental próprio, um paradoxo, (ainda vou escrever um artigo específico sobre isso ) que tornam as pessoas autogerenciáveis e as equipes reconhecidas por mais produtividade.

IDFM

9 comentários:

Unknown disse...

Mandou bem, Igmar. Reconheço vc em cada parágrafo. Um privilégio ter podido acompanhar parte dessa história. Forte abraço meu amigo.

Igmar Dornelas disse...

Isso mesmo!

Unknown disse...

Excelente texto, me enxerguei muito nele. Parabéns!

Rapha disse...

Obrigado por compartilhar! Somos contemporâneos e pude identificar os mesmos ambientes q se transformaram na sua jornada profissional.

Igmar Dornelas disse...

Obrigado pessoal pelo comentários e e-mail recebido comentando este Post é a jornada!

Unknown disse...

Igmar, obrigado por compartilhar tuas preciosas lições. Me fez recordar os saudosos anos 80 e 90, quando enfrentava os desafios num mundo sem internet. As tuas descobertas são pérolas a serem guardadas, com certezas. Diferenciais que devemos nos espelhar. Grande abraço!

Igmar Dornelas disse...

Maravilha!

AILTON disse...

Texto muito atual. Poucos tem esta visão mas muitos são beneficiados por ela quando a encontram de verdade.

Igmar Dornelas disse...

Obrigado pelo comentário

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